Revisão indica que agência pode rebaixar, no longo prazo, classificação de risco de instituições como Bradesco, BNDES, Banco do Brasil, Itaú e Bovespa
A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P)
rebaixou nesta sexta-feira a perspectiva para o rating de 11 empresas do
Brasil (9 bancos, uma seguradora e a bolsa de valores) de 'estável'
para 'negativa', um dia após fazer o mesmo em relação ao rating soberano do país. "Ao
mesmo tempo, afirmamos os ratings de curto e longo prazo das
instituições e reafirmamos seus perfis de crédito. A perspectiva dos
ratings em escala nacional continua inalterada", disse Sergio Garibian,
analista de rating da S&P.
As instituições afetadas pelo rebaixamento de perspectiva são Bradesco,
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do
Brasil, Banco do Nordeste, Citibank, Itaú BBA, Itaú Unibanco, HSBC
Brasil, Santander, Allianz e Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Todas essas entidades, com exceção de Bovespa (BBB+) e Allianz (A-), têm
notas BBB.
A revisão para baixo sinaliza que a agência pode rebaixar o rating
dessas instituições nos próximos dois anos. A S&P tem notas que
variam entre AAA e D: quanto mais perto a nota de empresas e países está
do nível A, mais seguro é o investimento. De acordo com a classificação
da agência, estão em "grau de investimento" as entidades que têm nota
igual ou acima de BBB - exatamente o rating soberano do Brasil.
A diferença entre as notas da Bovespa e das outras instituições reflete
a visão positiva da S&P sobre a gestão de risco da empresa, mesmo
sob condições adversas. "Acreditamos que, em uma moratória soberana
hipotética, existe a possibilidade de a Bovespa não seguir o mesmo
caminho. No entanto, a bolsa está exposta às dinâmicas brasileiras de
mercado", afirmou a agência em relatório.
Rebaixamento do Brasil - Na última quinta-feira, a
S&P revisou para baixo, de 'estável' para 'negativa', a perspectiva
da nota BBB do Brasil. "Podemos rebaixar o rating nos próximos dois anos
se o contínuo lento crescimento econômico, os fracos fundamentos
fiscais e externos, e alguma perda da crebibilidade da política fiscal
por sinais ambíguos na política, diminuírem a capacidade do Brasil de
gerenciar um choque externo", disse a S&P em nota. A agência
ponderou que a impossibilidade do governo em estimular o investimento
privado, sobretudo em infraestrutura, eleva o risco do país. A S&P
também citou a deterioração fiscal como razão para a revisão de
perspectiva.
Fonte: acessada em http://veja.abril.com.br, no dia 10/6/2013.
Comentários sobre a matéria:
Agências de classificação de risco são instituições especializadas em análise de risco de crédito; sua função é dar indicações das tendências dos países ou suas instituições financeiras em honrar suas dívidas; essas indicações são concretizadas através de ratings.
Saiba mais sobre o que a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) em Wikipédia.
O que significa rating e rating soberano? Rating é uma classificação de risco feita dentro de uma escala de risco pré-determinada; quando esta classificação é aplicada a um País, diz-se que se trata de rating soberano.
Em tesouro direto podemos ver que a classificação de risco (o rating) é feita com base em escalas que "podem ser representadas por letras,
números e sinais matemáticos (+ ou -) e normalmente vão de 'D' (nota
mais baixa) a 'AAA' (nota mais alta). Tais notas são classificadas,
pelos participantes do mercado, em dois grupos: Grau Especulativo (D até
BB+) e Grau de Investimento (BBB- até AAA)."
O que é moratória soberana? É a suspenção do pagamento de sua dívida (principal e/ou juros) por parte de um País.
Por fim, é bom relatar que, especialmente para instituições financeiras, rating é um conceito muito importante; uma ameaça de redução, como esta anunciada nesta matéria, pode ter reflexos importantes nas ações dos bancos; como exemplo, pode-se ter a imposição de maiores exigências para a liberação de crédito, como forma de diminuir o risco.
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