segunda-feira, 10 de junho de 2013

Notícia comentada: S&P rebaixa perspectiva de 9 bancos brasileiros

Revisão indica que agência pode rebaixar, no longo prazo, classificação de risco de instituições como Bradesco, BNDES, Banco do Brasil, Itaú e Bovespa

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou nesta sexta-feira a perspectiva para o rating de 11 empresas do Brasil (9 bancos, uma seguradora e a bolsa de valores) de 'estável' para 'negativa', um dia após fazer o mesmo em relação ao rating soberano do país. "Ao mesmo tempo, afirmamos os ratings de curto e longo prazo das instituições e reafirmamos seus perfis de crédito. A perspectiva dos ratings em escala nacional continua inalterada", disse Sergio Garibian, analista de rating da S&P.

As instituições afetadas pelo rebaixamento de perspectiva são Bradesco, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Citibank, Itaú BBA, Itaú Unibanco, HSBC Brasil, Santander, Allianz e Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Todas essas entidades, com exceção de Bovespa (BBB+) e Allianz (A-), têm notas BBB.

A revisão para baixo sinaliza que a agência pode rebaixar o rating dessas instituições nos próximos dois anos. A S&P tem notas que variam entre AAA e D: quanto mais perto a nota de empresas e países está do nível A, mais seguro é o investimento. De acordo com a classificação da agência, estão em "grau de investimento" as entidades que têm nota igual ou acima de BBB - exatamente o rating soberano do Brasil. 

A diferença entre as notas da Bovespa e das outras instituições reflete a visão positiva da S&P sobre a gestão de risco da empresa, mesmo sob condições adversas. "Acreditamos que, em uma moratória soberana hipotética, existe a possibilidade de a Bovespa não seguir o mesmo caminho. No entanto, a bolsa está exposta às dinâmicas brasileiras de mercado", afirmou a agência em relatório.

Rebaixamento do Brasil - Na última quinta-feira, a S&P revisou para baixo, de 'estável' para 'negativa', a perspectiva da nota BBB do Brasil. "Podemos rebaixar o rating nos próximos dois anos se o contínuo lento crescimento econômico, os fracos fundamentos fiscais e externos, e alguma perda da crebibilidade da política fiscal por sinais ambíguos na política, diminuírem a capacidade do Brasil de gerenciar um choque externo", disse a S&P em nota. A agência ponderou que a impossibilidade do governo em estimular o investimento privado, sobretudo em infraestrutura, eleva o risco do país. A S&P também citou a deterioração fiscal como razão para a revisão de perspectiva.

Fonte: acessada em http://veja.abril.com.br, no dia 10/6/2013.

Comentários sobre a matéria:

Agências de classificação de risco são instituições especializadas em análise de risco de crédito; sua função é dar indicações das tendências dos países ou suas instituições financeiras em honrar suas dívidas; essas indicações são concretizadas através de ratings.

Saiba mais sobre o que a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) em Wikipédia.

 O que significa rating e rating soberano?  Rating é uma classificação de risco feita dentro de uma escala de risco pré-determinada; quando esta classificação é aplicada a um País, diz-se que se trata de rating soberano.

Em tesouro direto podemos ver que a classificação de risco (o rating) é feita com base em escalas que "podem ser representadas por letras, números e sinais matemáticos (+ ou -) e normalmente vão de 'D' (nota mais baixa) a 'AAA' (nota mais alta). Tais notas são classificadas, pelos participantes do mercado, em dois grupos: Grau Especulativo (D até BB+) e Grau de Investimento (BBB- até AAA)."

O que é moratória soberana? É a suspenção do pagamento de sua dívida (principal e/ou juros) por parte de um País.

Por fim, é bom relatar que, especialmente para instituições financeiras, rating é um conceito muito importante; uma ameaça de redução, como esta anunciada nesta matéria, pode ter reflexos importantes nas ações dos bancos; como exemplo, pode-se ter a imposição de maiores exigências para a liberação de crédito, como forma de diminuir o risco.

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